Explique em que consiste a Teoria da “Maiêutica”
defendida por Sócrates.
O método socrático, como é denominado, consiste
numa dialética, em que a discussão se desenvolve em dois tempos, - a ironia e a
maiêutica. A ironia socrática consiste em perguntar, fingindo desconhecer o
assunto (= dúvida fictícia e metódica), com vistas a refutar a tese contrária e
preparar a tese verdadeira. A maiêutica de Sócrates conduz o interlocutor a
descobrir paulatinamente o conhecimento sobre o objeto de discussão. No caso de
Sócrates que supunha haver idéias inatas, a maiêutica consistia, mais
precisamente, em fazer recordar, despertando os conhecimentos virtualmente
possuídos. Como método, a dialética vinha sendo praticada pelos últimos
pré-socráticos, como Zenão de Eléia e especialmente os sofistas. Sócrates
imprime a ela uma peculiaridade própria, em vista de seu temperamento irônico e
seu propósito de combater os sofistas. Além disto, a maiêutica era
caracterizada pela sua concepção inatista, bem como pelo fato de havê-la
denominado em função à profissão de sua mãe, que era parteira. Como é
sabido, Sócrates não deixou nada escrito. As notícias que temos de sua vida e
de seu pensamento, devemo-las especialmente aos seus dois discípulos Xenofonte
e Platão, de feição intelectual muito diferente. Xenofonte, autor de Anábase,
em seus Ditos Memoráveis, legou-nos de preferência o aspecto prático e moral da
doutrina do mestre. Xenofonte, de estilo simples e harmonioso, mas sem
profundidade, não obstante a sua devoção para com o mestre e a exatidão das
notícias, não entendeu o pensamento filosófico de Sócrates, sendo mais um homem
de ação do que um pensador. Platão, pelo contrário, foi filósofo grande demais
para nos dar o preciso retrato histórico de Sócrates; nem sempre é fácil
discernir o fundo socrático das especulações acrescentadas por ele. Seja como
for, cabe-lhe a glória e o privilégio de ter sido o grande historiador do
pensamento de Sócrates, bem como o seu biógrafo genial. Com efeito, pode-se
dizer que Sócrates é o protagonista de todas as obras platônicas embora Platão
conhecesse Sócrates já com mais de sessenta anos de idade."Conhece-te a ti mesmo" - o lema em que
Sócrates cifra toda a sua vida de sábio. O perfeito conhecimento do homem é o
objetivo de todas as suas especulações e a moral, o centro para o qual
convergem todas as partes da filosofia. A psicologia serve-lhe de preâmbulo, a
teodicéia de estímulo à virtude e de natural complemento da ética.Em psicologia, Sócrates professa a espiritualidade
e imortalidade da alma, distingue as duas ordens de conhecimento, sensitivo e
intelectual, mas não define o livre arbítrio, identificando a vontade com a
inteligência.Em teodicéia, estabelece a existência de Deus:
a) com o argumento teológico, formulando claramente o princípio: tudo o que é
adaptado a um fim é efeito de uma inteligência; b) com o argumento, apenas
esboçado, da causa eficiente: se o homem é inteligente, também inteligente deve
ser a causa que o produziu; c) com o argumento moral: a lei natural supõe um
ser superior ao homem, um legislador, que a promulgou e sancionou. Deus não só
existe, mas é também Providência, governa o mundo com sabedoria e o homem pode
propiciá-lo com sacrifícios e orações. Apesar destas doutrinas elevadas, Sócrates
aceita em muitos pontos os preconceitos da mitologia corrente que ele aspira
reformar. Moral. É a parte culminante da sua filosofia.
Sócrates ensina a bem pensar para bem viver. O meio único de alcançar a
felicidade ou semelhança com Deus, fim supremo do homem, é a prática da
virtude. A virtude adquiri-se com a sabedoria ou, antes, com ela se identifica.
Esta doutrina, uma das mais características da moral socrática, é conseqüência
natural do erro psicológico de não distinguir a vontade da inteligência. Conclusão:
grandeza moral e penetração especulativa, virtude e ciência, ignorância e vício
são sinônimos. "Se músico é o que sabe música, pedreiro o que sabe
edificar, justo será o que sabe a justiça". Sócrates reconhece também, acima das leis
mutáveis e escritas, a existência de uma lei natural - independente do arbítrio
humano, universal, fonte primordial de todo direito positivo, expressão da
vontade divina promulgada pela voz interna da consciência.Sublime nos lineamentos gerais de sua ética,
Sócrates, em prática, sugere quase sempre a utilidade como motivo e estímulo da
virtude. Esta feição utilitarista empana-lhe a beleza moral do sistema.Gnosiologia O interesse filosófico de
Sócrates volta-se para o mundo humano, espiritual, com finalidades práticas,
morais. Como os sofistas, ele é cético a respeito da cosmologia e, em geral, a
respeito da metafísica; trata-se, porém, de um ceticismo de fato, não de
direito, dada a sua revalidação da ciência. A única ciência possível e útil é a
ciência da prática, mas dirigida para os valores universais, não particulares.
Vale dizer que o agir humano - bem como o conhecer humano - se baseia em normas
objetivas e transcendentes à experiência. O fim da filosofia é a moral; no
entanto, para realizar o próprio fim, é mister conhecê-lo; para construir uma
ética é necessário uma teoria; no dizer de Sócrates, a gnosiologia deve
preceder logicamente a moral. Mas, se o fim da filosofia é prático, o prático
depende, por sua vez, totalmente, do teorético, no sentido de que o homem tanto
opera quanto conhece: virtuoso é o sábio, malvado, o ignorante. O moralismo
socrático é equilibrado pelo mais radical intelectualismo, racionalismo, que
está contra todo voluntarismo, sentimentalismo,pragmatismo,ativismo.A filosofia socrática,
portanto, limita-se à gnosiologia e à ética, sem metafísica. A gnosiologia de
Sócrates, que se concretizava no seu ensinamento dialógico, donde é preciso
extraí-la, pode-se esquematicamente resumir nestes pontos fundamentais: ironia,
maiêutica, introspecção, ignorância, indução, definição. Antes de tudo, cumpre
desembaraçar o espírito dos conhecimentos errados, dos preconceitos, opiniões;
este é o momento da ironia, isto é, da crítica. Sócrates, de par com os
sofistas, ainda que com finalidade diversa, reivindica a independência da
autoridade e da tradição, a favor da reflexão livre e da convicção racional. A
seguir será possível realizar o conhecimento verdadeiro, a ciência, mediante a
razão. Isto quer dizer que a instrução não deve consistir na imposição
extrínseca de uma doutrina ao discente, mas o mestre deve tirá-la da mente do
discípulo, pela razão imanente e constitutiva do espírito humano, a qual é um
valor universal. É a famosa maiêutica de Sócrates, que declara auxiliar os
partos do espírito, como sua mãe auxiliava os partos do corpo. Esta interioridade do saber,
esta intimidade da ciência - que não é absolutamente subjetivista, mas é a
certeza objetiva da própria razão - patenteiam-se no famoso dito
socrático"conhece-te a ti mesmo" que, no pensamento de Sócrates,
significa precisamente consciência racional de si mesmo, para organizar
racionalmente a própria vida. Entretanto, consciência de si mesmo quer dizer,
antes de tudo, consciência da própria ignorância inicial e, portanto,
necessidade de superá-la pela aquisição da ciência. Esta ignorância não é, por
conseguinte, ceticismo sistemático, mas apenas metódico, um poderoso impulso
para o saber, embora o pensamento socrático fique, de fato, no agnosticismo
filosófico por falta de uma metafísica, pois, Sócrates achou apenas a forma
conceptual da ciência, não o seu conteúdo.O procedimento lógico para realizar o
conhecimento verdadeiro, científico, conceptual é, antes de tudo, a indução:
isto é, remontar do particular ao universal, da opinião à ciência, da
experiência ao conceito. Este conceito é, depois, determinado precisamente
mediante a definição, representando o ideal e a conclusão do processo
gnosiológico socrático, e nos dá a essência da realidade.Amoral Como Sócrates é o
fundador da ciência em geral, mediante a doutrina do conceito, assim é o
fundador, em particular da ciência moral, mediante a doutrina de que eticidade
significa racionalidade, ação racional. Virtude é inteligência, razão, ciência,
não sentimento, rotina, costume, tradição, lei positiva, opinião comum. Tudo
isto tem que ser criticado, superado, subindo até à razão, não descendo até à
animalidade - como ensinavam os sofistas. É sabido que Sócrates levava a
importância da razão para a ação moral até àquele intelectualismo que,
identificando conhecimento e virtude - bem como ignorância e vício - tornava impossível
o livre arbítrio. Entretanto, como a gnosiologia socrática carece de uma
especificação lógica, precisa - afora a teoria geral de que a ciência está nos
conceitos - assim a ética socrática carece de um conteúdo racional, pela
ausência de uma metafísica. Se o fim do homem for o bem - realizando-se o bem
mediante a virtude, e a virtude mediante o conhecimento - Sócrates não sabe,
nem pode precisar este bem, esta felicidade, precisamente porque lhe falta uma
metafísica. Traçou, todavia, o itinerário, que será percorrido por Platão e
acabado, enfim, por Aristóteles. Estes dois filósofos, partindo dos
pressupostos socráticos, desenvolverão uma gnosiologia acabada, uma grande
metafísica e, logo, uma moral.
Conhece ti mesmo, com essa frase Socrátis propõe que o ser humano pode da parir as ideias e o selebre frase "Só sei, que nada sei" e também ele que dizer o que também não é dono da verdade. Que as ideias podem serem questionadas, ou seja, não existe uma verdade absoluta. Porque uma verdade pregada por uma religião não pode ser verdade para outra. Isto é, a verdade ou ideia podem ser questionada até que seja comprovada pelo teórico, ou seja, questionada como metira por outro pensador. Por exemplo a teoria do surgimento do homem, alguns acredita que á teoria criocionista que é verdade outros acredita que a evolucionista que é verdadeira. Mas entra duas penso para mim mesmo que homens surgiu de Deus e não de uma bacteria ou macaco que Darwin afirma.
Conhece ti mesmo, com essa frase Socrátis propõe que o ser humano pode da parir as ideias e o selebre frase "Só sei, que nada sei" e também ele que dizer o que também não é dono da verdade. Que as ideias podem serem questionadas, ou seja, não existe uma verdade absoluta. Porque uma verdade pregada por uma religião não pode ser verdade para outra. Isto é, a verdade ou ideia podem ser questionada até que seja comprovada pelo teórico, ou seja, questionada como metira por outro pensador. Por exemplo a teoria do surgimento do homem, alguns acredita que á teoria criocionista que é verdade outros acredita que a evolucionista que é verdadeira. Mas entra duas penso para mim mesmo que homens surgiu de Deus e não de uma bacteria ou macaco que Darwin afirma.
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