quinta-feira, 3 de maio de 2012


Faça uma análise sobre o Método “Pedagogizador” e a prática educacional voltada para intersubjetividade.

O estilo “pedagogizador” limita-se a instruir, reproduzir conhecimento, aplicar  técnicas ao aluno, tratado como objeto a ser conhecido e treinado. Este é o papel da escola na sociedade disciplinar de que fala Foucault. Já Habermas propõe um modelo calcado na intersubjetividade, mais apto a conduzir para  a educação, entendida num sentido construtor de subjetividades emancipadas, criativas, autônomas. Chamamos este modelo de “modelo educacional”. Educar é produzir sujeitos capazes de linguagem e de ação, calcadas em razões e argumentações justificadas, legítimas, exigências fundamentais para atender às demandas sociais, culturais, econômicas e éticas da modernidade. No Brasil, os desafios são imensos, porém contornáveis mediante de políticas educacionais adequadas, cujo maior obstáculo é a escola “pedagogizadora”.Há certas transformações sociais que só ocorrerão por meio da educação construtora de sujeitos capazes e não apenas capacitados, autônomos e não apenas treinados, qualificados para a ação e não apenas para o exercício. Nós o chamamos de “pedagogizador” porque ele se resume a instruir, reproduzir conhecimento, ater-se a regras normalizadoras. Seu suporte é a consideração de que há dois fatores estanques em todos os processos em que algum tipo de conhecimento seja requerido: um sujeito de conhecimento de um lado, e uma realidade a ser conhecida de outro. A conseqüência para a educação, bem como em termos de propostas pedagógicas, é a restrição à aplicação de técnicas a um sujeito, o aluno, tratado como objeto a ser conhecido e treinado. Em contraposição, propomos analisar um modelo calcado na intersubjetividade,mais apto a conduzir para a educação, entendida num sentido construção de pessoas emancipadas, criativas, autônomas. Chamamos este modelo de “modelo educacional”. Mas não consideraremos que diálogo, intersubjetividade, modelo comunicativo, etc., bastem. Será ainda preciso mostrar seus pressupostos teóricos, as implicações decorrentes, e principalmente, como ele pode ser aplicado, aliviando as dificuldades pelas quais passa nossa sociedade, sendo o papel da educação central para compreender essas dificuldades e propor mudanças. Este é um processo complexo, e, evidentemente, a própria educação,especialmente a educação formal, escolar, precisa ser revista com urgência Os teóricos que seguem a linha de um pragmatismo à la Nietzsche afirmam ser possível nos tornarmos melhores pela linguagem, pela conversação, abertos à proliferação de idéias e projetos interconectados, sem exigir comensuração ou validade transcendente ao contexto histórico. Mas a situação na qual nos encontramos exige antes uma análise acurada. As chamadas filosofias representacionistas estão ligadas à idéia de que a mente apreende a realidade. Ao refletirem sobre as capacidades do pensamento e da razão o vêem unicamente como reflexo especular da realidade. A partir de Kant a razão é chamada para organizar o caos da experiência. As formas puras  da razão permitem conhecer os fenômenos, não podemos conhecer o que as coisas são em si mesmas. As filosofias do sujeito analisam o homem simultaneamente como pertencente a uma história, tendo um corpo, como podendo conhecer por meio desta história, aquilo que ele é. Assim, o material recolhido empiricamente passa a ser dotado de valor transcendental. Ora,segundo Foucault em s, tomar o empírico como transcendental é um retorno ao estilo de pensamento pré-kantiano, ingênuo.Não percebe que o material coletado na história para explicar o homem não pode ser transcendental, visto que é histórico. O modo de sairmos das dificuldades da fenomenologia, do positivismo e do marxismo, que são filosofias do sujeito -, é mostrarmos que o pensamento humano é cultural e historicamente marcado. Que as tegorias para pensar o ser humano são elas próprias humanas, construções nossas, históricas. Desta forma, é preciso analisar a educação como prática, com fundo histórico, com usos bem determinados. São as necessidades que as diversas instituições têm de modificar suas funções em consonância com as mudanças mais amplas nos fatores sociais, econômicos e culturais, que mostram como a educação, ao se escolarizar na modernidade, passou a exercer um papel de controlador e adaptador daquelas necessidades. E elas são, grosso modo, tanto necessidades técnicas (aprender ofícios e funções) como necessidades operatórias, estratégicas, ou como mostrou Foucault, disciplinares, fruto do tipo de sociedade que, desde fins do século XVIII, vem reforçando práticas que distribuem saber e poder por todo o corpo social, especialmente por instituições em que o indivíduo precisa ser curado, examinado, treinado, exercer ofícios. Dentre as conseqüências negativas do modelo técnico/cientificizante, proveniente da sociedade moderna tecnicizada, está o indivíduo treinado, pedagogizado. Neste sentido, a escola funciona como operador de pedagogização, pois reúne a capacidade de habilitar com Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 3, n.7, p. 75-88, set./dez. 2002. recursos educacionais básicos a criança e o jovem, com a capacidade de fornecer os mecanismos e instrumentos pedagógicos que asseguram obediência, responsabilidade, prontidão, docilidade, adaptabilidade. Esses mecanismos e instrumentos são, por exemplo, a fila, a carteira, o treino para a escrita, os exercícios com dificuldades crescentes, a repetição, a presença num tempo e num espaço recortados, a punição pelo menor desvio de conduta, a vigilância por parte de um mestre ou de um monitor, as provas, os exames, os testes de aprendizagem e de recuperação, o treinamento dentro de padrões e normas fixos. E mais, os resultados dos esforços pedagógicos sendo permanentemente avaliados por critérios também eles padronizados, leva a uma simples análise de boletins, que sirva para medir os casos que desviam, portanto, serve para marcar, excluir, normalizar. Bibliografia:www.google.com.br/webhp? source=search_app#q=um+resumo+de+M%C3%A9todo+%E2%80%9CPedagogizar&hl=pt-BR&prmd=imvns&ei=3RujT4meJZON6QGTi7kb.

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